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Edição 15 site

AC P A redirecionada para as próprias regiões Norte e Nordeste. O projeto do Tegram, no porto de Itaqui, é emblemático. Isso porque os graneis possuem um valor baixo, por isso manter os custos com a logística baixos é fundamental para assegurar a competitividade dos nossos produtos no mercado externo. R.S. - A China tem apli- cado uma política de desva- lorização da própria moeda para aumentar suas expor- tações. O sr. acredita que ela pode se tornar um im- portante competidor? Fernando Fonseca - O nosso mercado com os países asiáticos, principalmente a China, envolve muitas expor- tações de commodities, como o minério de ferro e grãos. Eu não interpretaria isso como um fator prejudicial para a nossa balança co- mercial no sentido das exportações. Essa é uma informação sobre a qual certamente a Agência ainda deverá se debruçar para saber qual será a repercussão nos níveis de movimen- tação portuária, especificamente. Mas hoje posso falar que o escoa- mento da produção brasileira está se destacando bastante e tem sido ex- tremamente importante para equili- brar a nossa balança comercial. R.S. - Isso favorece também as empresas de cabotagem? Fernando Fonseca - Sem dúvi- da. Conforme eu te falei, à medida em que se começa a criar novas al- ternativas logísticas para o escoa- mento da produção, isso gera um efeito dominó. O setor certamente vai precisar de novas embarcações. Na região Norte, por exemplo, eu posso citar uma série de terminais de uso privado que estão sendo ou- torgados pela agência reguladora a partir do novo marco regulatório. Eles serão construídos em Santa- rém, Barcarena e no Amapá por grandes traders do comércio de 26 Dezembro | 2015 vegação de cabotagem, apoio marítimo, apoio portuário, etc. Muitas delas já instalaram representações aqui no País para atuar legalmente. O que nós temos observado é uma reorganização desse mercado envolvendo o apoio marítimo, por razões óbvias, por ser esta atividade muito dependente das contratações da Petrobras. É importante frisar que isso é um problema pontual, pois nós temos um enorme potencial de exploração da camada do pré-sal, e essa ex- ploração tem que ser feita. Ao terminar esta readequa- ção do mercado, eu não te- nho a menor dúvida de que o apoio marítimo vai voltar aos níveis de crescimento Fernando Fonseca, Diretor da Antaq commodities, dentro desta visão de melhoria da logística de escoamen- to. Inclusive, isso tem desenvolvido também o transporte intermodal. A carga é transportada de cami- nhão até um rio e sobe de barcaça até um desses terminais que estão conseguindo as outorgas, para fazer o tombo para a navegação de lon- go curso e, em seguida, vão para o mercado externo. Isso certamente vai demandar a construção de no- vas embarcações, o aumento da oferta de frota e pessoal capacitado para atender esse movimento. Nós já temos recebido algumas reclamações sobre a falta de barca- ças para atender essa navegação no interior, tamanha a demanda. Isso é um novo nicho de mercado, que terá reflexos positivos para a cadeia como um todo. R.S. – O senhor acredita que o Brasil ainda é um país interes- sante para investimento de em- presas estrangeiras? Fernando Fonseca - Hoje, as empresas estrangeiras, na verdade, podem operar no Brasil, desde que constituam empresas brasileiras de navegação. Elas podem atuar na na- que nós víamos até então. R.S. – Isso pode acontecer já em 2016? Fernando Fonseca - Eu não tenho como te dar essa informação com certeza, mas o meu sentimento é de que a Petrobras, ao repactuar uma série de contratos, inclusive os de afretamentos de embarcações, dentro também da priorização das empresas brasileiras de navegação – e isso é muito bom para o merca- do –, deve gerar uma nova onda de crescimento. Talvez não nos mes- mos níveis de antes, mas a perspec- tiva é de crescimento. Eu tenho conversado com muitas pessoas deste setor e todas afirmam que essa adequação do mercado era necessária, e que quando o mercado voltar a plena carga, as coisas vão melhorar. Eu não vislumbro dificul- dades para o mercado no futuro. Nós temos tido reuniões com players de alguns países, principal- mente da Noruega – e este país é referência no apoio marítimo –, e a perspectiva deles é extremamen- te favorável. Eles estão ávidos para investir neste segmento, e isto nos tranquiliza.

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