Please activate JavaScript!
Please install Adobe Flash Player, click here for download

bualRevisitado110414

1 Bual Infinitamentemente Na janela da parede do meu quarto tudo é escuro... cinzento sem luz, na janela do computador luzes de fingir elevam as cores a uma miragem de felicidade trémula. Deixo de ver. Na rua passam vultos e sombras misturadas com o frio da noite. E chove, chove sem parar, neste Fevereiro frio e desolado. A tela espera as cores do verão, o corpo espera que o céu se abra a outro sentir. As maçãs estão verdes como se a raiva fosse o sabor. Desisto de ter raiva, desisto de ter frio. Esqueço-me do passado. Esqueço o valor de pintar, e trôpego, deixo cair a lata de tinta que desamparada cai e desenha no chão uma forma orgânica... e vejo o galope de um cavalo, não, parece mais o corpo de uma mulher ou será o rosto de um Cristo, não, é apenas o trajecto aleatório de um gesto. Artur Bual. Deus habita-te por dentro. Faz do teu corpo a casa da sua afirmação. — Vejam do que sou capaz, então, existo ou não existo. Humildemente acendemos um mar de velas, para que o seu corpo de chagas se não possa reflectir no espelho. Levantamos as mãos contra a sua fúria, o seu ódio aos homens. E, quando apenas nos resta acreditar, acreditar que ele existe. É então que a sua força se agiganta e nos diz com toda a sua doçura, com todo o seu amor. —Então morre. Rodrigo Dias

Sítio