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bualRevisitado110414

Ele adoptara uma idiossincrasia coerente à postura de Da Vinci sobre “laterais”12 , para auto-referência dos seus trabalhos desvinculados da inspiração lírica abstracta-informal – revelada in ‘A Fuga’ – conquanto não se dispense de autografá-las com a ‘força gestual’ , o ‘tâchisme’ ou, ainda, o ‘hasard-pictural’ característicos do estilo único, no tempo, no modo e da maneira singular que marca todo o seu acto pictórico. Em temática figurativa (retrato), trate-se de intelectuais e figuras conhecidas ou de lânguidas e anónimas13 Meninas erotico-sensuais (mais goyescas14 do que velasquianas). Mas é com a pincelada de El Greco8 que auto-identifica a sua escala gestual. Bual era visceral e, reciprocamente, alérgico à política, que lhe retribuiu (in)diferenciadamente essa reacção. Entre vários outros, num pasquim fascista exemplar e de curta duração1 – que, ao tempo, vilipendiava, político-ideológica (infame e, pessoalmente) Miguel Tavares Rodrigues (intelectual comunista, refugiado no Brasil) e sua esposa –publicara Rui Preto Pacheco um artigo pseudo-crítico em que ‘o abstraccionismo e o seu expoente máximo, Artur Bual’, eram conotados com a arte satânica, revolucionária e, sobretudo, ‘falseadora dos valores e princípios éticos e estéticos que uma Arte nacional portuguesa deveria respeitar, conceptual e morfologicamente’. Outros, em 1964, consideraram absurdo que (sem sucesso) se propusesse recriar Columbano, no tecto destruído… do D. Maria! José-Luis Ferreira, Caramulo, 2014, Março 2 Bual Gonçalves, Sellès Paes Villas-Boas, 12 Simon Brushfield ‘Lateral Action’ (200) 8 Lessons for Modern Creators from Leonardo da Vinci O Pensamento Lateral (2012) “Leonardo da Vinci: Experience, Experiment and Design” Martin Kemp (Un.Oxford 2006) 13 Diego Rodrigues da Silva y VVEELLÁÁZZQQUUEEZZ (Sevilha,1599-1660,Madrid) de ascendência nortenha (Porto), foi pintor oficial da corte de Filipe IV de Espanha referência revival barroca. Registos imagéticos coetâneos. Retratista exímio da família real e cortesãos espanhóis e de notáveis e plebeus, da seiscentista culminando na produção de sua obra-prima, AAss MMeenniinnaass (Damas de Honor ou Companhia) ou “A Sra. imperatriz Infanta da Espanha com as suas damas e criados e uma anã onde se retratou o pintor a si mesmo pintando” (por referência à Infanta Margarida, futura imperatriz de Áustria) e “A Infanta Maria Teresa”. Na primeira quadra do século XIX, a obra de Velázquez foi padrão no realismo do retrato e, de impressionistas (principalmente Manet que a considerava exemplar. Artistas mais recentes, utilizaram-se dele como inspiração ou experiência, o que ocorre com Picasso e Dalí… ou Francis Bacon (…replicador muito óbvio e utilitário de afamadas telas suas). 14 FFrraanncciissccoo JJoosséé ddee GGOOYYAA yy LLuucciieenntteess (Fuendetodos,1746-1828,Bordéus). Goya cobriu as paredes da Quinta del Sordo com as suas “pinturas negras”, as últimas e mais misteriosas de seu génio atormentado, suscitada pelo conflito interno espanhol, durante a monarquia absolutista de Fernando VII, que outros atribuem a degradação física e mental. Devido à doença (ou à lucidez) Goya passa a desprezar a aristocracia. Denuncia as identidades e fraquezas dos modelos sem exceptuar o próprio rei. Os seus retratos neste período revelam, porém, um fascínio raramente igualado pela Mulher e Crianças. Os seus biógrafos atribuem-lhe inúmeras extravagâncias, como ter sido toureiro em Roma, ou protagonizar inúmeras aventuras amorosas. A Inquisição instaura um processo contra si pela cupidez e obscenidade ostensiva das suas “Majas” (1821), antes de falecer, com 61 anos. 1 ‘AGORA’ fundado por uma pálida figura da corte salazarista (a que, entre outros, estava ligado Rui Preto Pacheco), tinha por ágora para intercâmbio de contra-informação ou duplo-agenciamento de ‘inteligences’ pseudo-comunistas com a PIDE-DGS-Censura no Café Aviz. Surgira após uma dramática concentração política do sindicalismo anti-corporativista do proletariado lisboeta, em 1962 (em Manifestação do Rossio aos Restauradores) reprimidas pelas forças de intervenção (infiltradas e blindadas) do regime, que pulverizaram os ‘insurrectos’ com jactos de azul-de-metileno, a fim de evidenciar a prova da sua participação política activa contra o governo.

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