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bualRevisitado110414

(…exclusive- ilustrações). Fazia-o com incomum discernimento crítico. E era pouco (quase nada) tolerante! Cuidava do não ser ‘apanhado nas curvas’ e, com razão (ou sem ela) nem sempre ‘era fácil de tragar’. Nunca nos zangámos em simultâneo. Foi sempre vez-à-vez. Participámos juntos em múltiplas actividades. Operativos no conceito, transdisciplinares, na acção. Cúmplices (no sistema), entre muito do que, dele apreendi e com ele, da Vida, depreendi. É o exemplo do facto demonstrado de El Greco8 ter sido – senão o primeiro, pintor gestual – um dos seus mestres favoritos, além de outros, como Columbano 9 que, em estudante, copiara… A Fundação Gulbenkian distinguiria Bual com uma bolsa de estudo em Paris. Ele não aguentou como bolseiro. Há grandes cidadãos do mundo, sem fama, no mundo …do seu tempo. Eles podem sentir-se estrangeiros em toda a parte, não só por incapacidade verbal para o uso de (outras) línguas (acrescidas à materna). Galardoado com o Prémio Nacional Amadeo de Souza-Cardoso, em 199, viria a participar, entre outras, na I Bienal Internacional de Paris, onde recolhe – para além do Prémio da jovem crítica da Imprensa parisiense – um dos mais raros louvores alguma vez ambicionáveis por um (ademais ainda jovem) pintor português d’avant-garde: André Malraux sente e reconhece, na sua pintura, «le Silence éloquent de la poésie». O estimulante poder dessa efeméride perduraria quatro décadas, no secretismo íntimo do laureado, inspirador de tão significativa expressão ignorada e omissa por uns – como ‘frase insignificante – esquecida, por outros, ou desconhecida pela alta-cultura de engraxadoria, novos talentos e… poucas oportunidades, no odre seco e velho de uma portugalidade voluntariamente cega, e (quase) surda-muda. Mas não cessou o seu desassossego. Bual e a preocupação pelo seu posicionamento nas mutações do abstracto10 , nas linguagens Pop ou d’Arte Povera (em que é congénere) ignorando a certidão de óbito prematura que Danto passa à Arte, no átrio da era mediocrática. A bibliografia traduzida disponível era, ao tempo, obviamente, semiclandestina. A crítica era timorata, geralmente presuntiva, comprometida e petulante, com exalações e assomos suspeitos11 de vanguardismo. Os jornais davam-lhe duvidosa atenção. Não era – como hoje – fácil (era proibido!) acompanhar a evolução dos acontecimentos. 26 Bual 8 EEll GGRREECCOO o “Mestre Menégos, pintor” (Creta,1541-1614,Toledo)] viveu em Itália e Espanha. Assinava as suas obras com o nome grego. A força dramática da sua expressiva pintura era invejada, era esquisita no seu tempo. No século XX, seria considerado pioneiro do expressionismo e do cubismo. O seu e o perfil da sua obra sensibilizam literatos. E inspiram poetas (Rainer Maria Rilke e Nikos Kazantzakis). A investigação crítica contemporânea demarca a sua obra e de quaisquer afinidades com ortodoxias clássicas. Inovador de processos técnicos, integra pigmentos inusuais, orientais europeus. Sentia particular predilecção por ambientes penúmbreos, para a meditação e o trabalho. O lusco-fusco ‘aclarava-lhe as ideias’. A luz do dia perturbava-lhe a “luz interior”. Também Bual apreciava a observação da pintura à média-luz matinal ou vespertina… Apesar do respeito de outros intelectuais, Pirro Ligório apodara El Greco de “estrangeiro maluco”. Enfrentou, portanto, a hostilidade crítica e, ao contrário de Goya e Velásquez jamais obteria patrocínios reais. 9 CCOOLLUUMMBBAANNOO Bordalo Pinheiro (Lisboa,1857-1929) «misantropo, fechado em si, dado a análises exaustivas, a dissecações cruéis, teve apenas um grande amor – a pintura» (Diogo de Macedo). Bolseiro) em Paris, foi, entre outros, discípulo de Manet e Degas. Seria o primeiro director do Museu de Arte Contemporânea de Lisboa (1911). Retratista excepcional (Antero de Quental, 1889) celebriza-o, o legado mural e tectónico: Sala de recepção do Palácio de Belém, painéis dos ‘Passos Perdidos’ (A.R.) e o tecto do Teatro Nacional (implantado sobre os escombros do Palácio dos Estaus, antiga sede da Inquisição, destruída pelo fogo em 1836.) O edifício actual provém da reconstrução-reabilitação (concluída em 1978), do anterior (traça do italiano, Fortunato Lodi), fundado ‘de Almeida Garrett’ (só foi reconhecido imóvel de interesse público em 1928). Em 1964 – já como ‘de D. Maria II’, foi destruído por violento incêndio, de que só as paredes externas restaram. 10 O Abstraccionismo (no âmbito e na acepção de *Michel Seuphor), o Informalismo Catalão, o Gestual de Georges Mathieu, (Boulogne-sur-Mer,1921- 2012, Boul.-Billancourt), considerado um dos pais da abstracção lírica (em que Manuela Sinek situa – e muito bem – Artur Bual) da Pop Art Action Paintig (Pollock, Kline e De Kooning). “Dictionnaire de la Peinture Abstraite (précédé d’une *Histoire de la Peinture Abstraite) ed. F.Hazan, Paris, 19 11 António Valdemar, Artur Anselmo, Artur Nobre de Gusmão, Artur Portela (Filho), Eduíno de Jesus, Fernando Guedes, Fernando Pernes, José-Augusto França, Manuel Múrias, Manuela de Azevedo, Manuela Sinek, Arnaldo Saraiva, Mário de Oliveira, Pinharanda Gomes, Quirino Teixeira, Raúl Rego, Rui Mário

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