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bualRevisitado110414

expressionismo abstracto, movimento com raízes na Europa mas mais expressivamente desenvolvido na América (onde então estavam os seus mestres), ao ponto de ser geralmente citado como uma escola ou corrente estética da pintura americana surgida depois da 2.ª Guerra Mundial. Quando Bual, naquele já longínquo meado do século XX, dava os primeiros passos na História da Arte, nós aqui, neste finisterra da Europa, tradicionalmente de olhos postos na Itália e depois na França, ainda continuávamos artisticamente de costas voltadas para a América, sem nos apercebermos de que era aí, “o Ocidente”, aonde ia dar o “futuro do passado”, como anunciara Fernando Pessoa. A pintura moderna portuguesa, nesse tempo (meado do século XX) já levava, de vida, perto de 40 anos, a contar do Modernismo, que, vindo directamente de Paris, entrara em Portugal próximo do início da Grande Guerra de 1914-18 (Amadeo de Souza Cardoso diria de si e dos primeiros modernists portugueses: “Nós, os de Paris”). Mas por muito tempo essa vida tinha sido meio clandestina, marginal pelo menos, e por consequência precária em audiência pública, ao passo que eram os realistas sobreviventes de Oitocentos e seus epígonos quem ainda mantinha banca na praça onde se contratavam então as encomendas da burguesia argentária e do Estado. Em tal clima adverso à Modernidade, o Abstraccionismo, em suas divergências e correntes afins, sufocara à nascença e pelo final do primeiro meio século ainda não tinha rompido brecha por onde avançar e se instalar e expandir. Isso só iria acontecer no início dos anos 0, pela viragem do meio século, e Artur Bual estava aí entre os precursores. E não era apenas um entre outros. Nessa avançada abstraccionista, o pintor que hoje homenageamos aqui entrava abrindo o seu próprio caminho, fazendo História por sua conta e risco(s). José-Augusto França foi quem primeiro o assinalou, referindo-se a uma tela deste pintor exposta em 198: “O ‘gesto’, libertando-se e procurando-se, numa acção em que só a vontade de agir ontologicamente se significa sem compromisso mítico, entra na pintura portuguesa através de um quadro de Artur Bual”. A página da História da Arte Portuguesa do século XX que abre para o gestualismo e o expressionismo abstracto em geral, Bual a virou. Eduíno de Jesus 19 Bual

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