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bualRevisitado110414

Artur Bual, o gesto aceso. Homens como ele nunca nascem no seu primeiro dia. Na verdade Artur Bual nasceu muito depois de 1926. Nasceu no dia em que sentiu que, por si, o mundo poderia mudar. Não começou quando respondeu às mais inquietantes questões pintando “A Fuga”, uma obra gestual. Já, antes disso, o seu temperamento rompeu com marasmos e capelas artísticas e abalou o rigor dos cânones. Foi ousado ao libertar o espírito para a vivência de uma febre onde se ligavam o temperamento, a paixão e a necessidade visceral de mostrar o outro lado da vida à margem de consensos. Bual, como Pollock, aprendeu a ver na cor, na liberdade dos gestos pictóricos e no registo emocionado de estímulos sensoriais, a verdade da arte pela qual valia a pena afrontar estéticas estabelecidas e os poderosos. Nasceu quando se percebeu pronto. Nasceu quando aceitou definir outros caminhos para a Pintura em Portugal e os mostrou de maneira magistral. De verbo titubeante, olhar tímido e franzino este homem era sensível e cordato. Mudava radicalmente, no entanto, quando, perante uma tela virgem, o seu espírito se fundia com a matéria e divagava, subtil, na cor que invadia o espaço à revelia de qualquer contenção. Amante contemplativo, nem por isso deixava de assumir a rebeldia, a bravura, o gesto que fazia explodir a composição e a retirava da banalidade. Bual crescia com a genialidade da sua pintura e assumia uma dimensão que de homem comum o transformava, sublimado, num autor verdadeiramente notável. A sua carreira nunca foi fácil. Ignorado e proscrito muitas vezes por quem balizava o sentido da arte nacional, Bual foi o sol que quiseram, em vão, tapar com a peneira. Edgardo Xavier A.I.C.A. Portugal 4 Bual

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