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bualRevisitado110414

Evocando Artur Bual: Um Génio Escandalosamente Humano Artur Bual costumava dizer que “ninguém nasce sozinho”. E se de facto, “O Mestre aparece, quando o discípulo está pronto”, foi graças ao Eduardo Nascimento, que o conheci, primeiro na Galeria Municipal da Amadora, através das suas telas, e depois no programa que ambos fazíamos, na Rádio Horizonte - o “Desafios”, de boa memória, onde a par de uma selecção musical requintada, entrevistávamos artistas e debitávamos textos, da nossa lavra, a propósito do país que tínhamos no final dos anos 80. A primeira impressão que Bual me causou foi de algum constrangimento, face ao carão cerrado, com que se apresentou… À medida que o ia entrevistando, respondia-me com uma linguagem que me cativava - luminoso, sensível, poético, envolvente. Assim é o mistério da sua pintura. No atelier, um pouco de nós, dos silêncios e das conversas, ficava na pele dos quadros, numa alquimia, que recolhia da realidade, a abstracção mágica. Do tédio à asfixia, que cada um ia sentindo, no quotidiano, tudo se reflectia nos Cristos, no gesto impetuoso, através do qual a tinta se derramava, sobre a menina ou uma qualquer impressão, de paisagens da memória, ou reinventadas. Magistral, na sua recriação, entre as paredes do seu abrigo-cela de reflexão, interacção e criatividade. Artur Bual respirava tintas, imaginários, cigarros, paixões, fúrias, emoções, ternura. Era um menino grande, brincando sem limites. Um Génio, um extraordinário gestualista, que não pode ser olvidado. 30 Bual

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