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bualRevisitado110414

DDeessttiinnoo”. Lia-o na música (no eco da 5.ª sinfonia?). A pedra de toque abobadal. O tecto do universo. O π (phy) das catedrais do sonho. A geometria cósmica. Da natureza. Através do olfacto, do tacto, do paladar, sintonizara a incógnita espacial do tempo acrónico. Por eles datou, ab initio, a sua assinatura. Com – ou nela – se assinalou, na passagem por um mundo sem dono, onde flutuava e poderia vangloriar-se de saber navegar. Uma réstia uterina do perfume da Mulher-mãe do seu menino. O cordão umbilical. O cerne d’il Umbelico del Mondo 6 . A nostalgia cicatricial duma ligação biológica interrompida. A fixação, na liberdade duma suposta autonomia identitária. Defendida pela descoberta útil da vocação. No caso dele. Um orgíaco impulso para sentir a consistência humana. A atracção condicionante para um desejo compulsivo, orgástico, e inexplicável. De pintar. Como se tal ímpeto em si plasmasse o poder erógeno, inebriante e voraz, duma eterna e misteriosa volúpia sexual. A Quirino Teixeira se deverá a primeira referenciação da pintura original de Artur Bual, como simultânea, próxima e idêntica à experiência desenvolvida pelos pintores do ‘informalismo catalão’ (que emergira, em Barcelona e Carlos Areán patrocinaria, em Lisboa, numa colectiva acolhida pelo SNI). E, embora suspeitasse não estar só no universo, foi-lhe reconfortante, verificar (ao vivo) que outros pintores ibéricos, seus coevos, sintonizavam a sua onda no campo experimental da descoberta duma linguagem plástica, cujo vocabulário procurava, em si mesmo. Não era invento seu. Uma patente exclusiva. Mas dava-lhe a segurança potencial da existência dum dicionário comum. Estava transposta a fronteira da aceitação. Neste país! É possível não restar, hoje, qualquer indício do seu encontro com José Cruset . Com muitos outros sinais, desapareceu o autógrafo deixado pelo poeta, na visita ao seu atelier (improvisado numa dependência da primeira casa) num rés-do-chão da Amadora: «Bual ó la preocupación!». Sempre me identifiquei com o significado cifrado das palavras simples dessa curta frase, perdida(?) na memória intemporal duma parede. Bual interrogava-se obsessivamente. Sobre a natureza incógnita do seu talento (uma habilidade inata e fatal) diferenciadora que lhe impunha habituação. Que adorava. E temia. Com um sentido dramático. De pecador. O sufixo ‘ismo’ foi (e permanece!), como apêndice morfológico indispensável, aos teóricos e práticos do historicismo comum – indissociável de estereótipos como: ‘(neo)-real’, ‘expressão’, ‘surreal’, ‘abstracção e/ou ‘abstracto’… etc. – que delimitam padrões da gíria nomenclatural taxonómica-escolar, movimentalista, académica e de correntes miméticas (ou ventanias periódicas) frequentes no pensamento – e, na acção concorrencial – inter-monopólios excêntricos, dominantes-standard da axiologia cultural de sofá, édredon e abat-jour. Avant-retro, na cronologia oscilante, do pós-futuro para o moderno, num eterno- retorno pan-contemporâneo. Na ‘mónada bualiana’ – conquanto avessa a (qualquer terminologia) – verificava-se, porém, a curiosidade, o interesse ‘preocupado’ (inquieto) de absorver (para consumo da sua própria sabedoria) o mais up-to-date e alargado conhecimento, entre o sincretismo generalista e o especialismo anti-rectórico, raramente compatíveis. A ingenuidade escasseava, na inocência de Artur Bual. Em regra, ele lia. Não só cartas e ofícios, ou notícias de jornais – mas ‘tudo’ quanto não fosse escrito em estrangeiro 2 Bual 6 ref.ª a ENTREVISTA de Bual, a MMaarriiaa ddee BBrraaggaannççaa | Revista EElleess&EEllaass Primeira metade dos aannooss ooiitteennttaa em eennttrreevviissttaa … no decurso da qual Bual tece considerações próximas de uma associação do «umbigo ao cheiro feminino, e à memória retida de O Menino de sua Mãe», (F. Pessoa) Poeta espanhol (Barcelona 11991122-11999988, Premia de Mar, Barcelona), autor de NNoovviiaa ddee MMaarrzzoo (11994455), influenciado pela arte de JR Jiménez, a sua poesia indicia sensibilidades próximas de RM Rilke e S. George, quando publica VVaalloorreess ddee mmii ttiieemmppoo ((11997700).

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