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bualRevisitado110414

Ao SNI – Secretariado Nacional da Informação (nomenclatura institucional eufemística e sucessória do SPN) associar-se-ia a partilha logística e a coordenação unitária – no Palácio Foz – das Direcções-Gerais do Turismo, da Cultura e dos Espectáculos, assessorada por uma agência noticiosa supervisada pelos Serviços da Comissão de Censura política defensiva do regime… a que a imagem de muitos artistas permaneceria conotada. No espaço (vigiado e infiltrado de um mundo paralelo), a SNBA, Sociedade Nacional de Belas Artes procurava manter a autonomia – que, aliás, ostentou, mercê de certo parentesco, outorgado pela Fundação Calouste Gulbenkian (sediada em Lisboa, após um difícil libelo internacional sob a tutela plenipotenciária de Azeredo Perdigão), cuja missão institucional cosmopolita e filantrópica – sendo doutrinária e formalmente autónoma do Estado Novo – exercia, operacionalmente, (de ‘maneira’ relativamente independente), funções de financiamento e gestão cultural, humanística e científica que competiriam a um ministério (como hoje, de novo) inexistente… A grande aliança institucional, caritativa e piedosa católico-radical e concordatária (do cardeal Cerejeira) e o iberismo castrense herdeiro do fascistoidismo italiano e da anglo-germanofilia fracassada, aparentados à uranio-exploração subsolar e ao artesanato do separatismo volframista, mantinham a estática virtual do equilíbrio agro-rústico da economia, sob a batuta da fazenda pública, dos bancos emissores de moeda, do crédito mutualista e da Caixa-geral-dos-depósitos, enquanto o resto do mundo circum’voluia e o ‘turismo do bom-tempo’ aguardava o regresso das tropas, o fim da guerra (e) das colónias, ao contrário das previsões oficiais. É neste ambiente climático que ocorre a rara empatia dum ocasional cruzamento – na grande área da vida – entre mim próprio e Artur Bual. Os Amigos e as relações conviviais (familiares, sociais e culturais), de ambos nós, entraram em sinergia ou simbiose. Naturais (nem sempre catalíticas). Daí, o privilégio de raras pessoas – das quais poucas permanecem nesta vida terráquea – terem testemunhado ou compartilhado momentos da nossa real intimidade. Alguns devaneios mirabolantes, projectos comuns abortados, sobretudo, encontros (in)confidentes que mais não eram do que as fontes da informação que (entre nós, estritamente) se processava. Ocultismo? Filosofia secreta e iniciática. Puro oblívio – no cunho abstracto da sua essência substantiva. Impresumível na conjuntura de episódios boémios sussurrados, em antros proverbiais de inveja. E maledicência. Tímido, introvertido, solipsista (de visão míope e verbalismo disléxico), Bual era obviamente tido e havido como excêntrico. Tomado paradoxalmente por exibicionista, na espectaculosidade que assumia em ‘sessões de pintura ao vivo’ , onde banalizava (em pesporrente atitude) o facilitismo aparente da sua genialidade gestual. Impecavelmente engravatado, no quotidiano circunstancial, difícil e, tardiamente, se habituaria a vencer uma certa tensão dialéctica, como autodefesa íntima, a uma personalidade – tão profundamente solitária e (como a dele) felina – na representação displicente que assumia, como ‘atracção pública’, muito solicitada. E disponível. Meticuloso e perfeccionista (por tendência escrupulosa), acreditava-se possuidor do ‘dom de tratar por tu um ccaaooss dinâmico (que visualizava) na demanda de uma “organização estética”, vislumbrável: na literatura (descobrindo o ccâânnttiiccoo) da palavra poética; ou na música. Aí situava a chave de acesso ao algoritmo da Vida. Oculto por magia ou bruxedo. O desmentido da ciência. O contraditório da inevitabilidade. O poder, eterno e imortal de uma verdadeira quimera, da qual se sentia aliado: o “AAnnttii- 24 Bual Adão Rodrigues, António Inverno, António Valdemar, Edgardo Xavier, Eduíno de Jesus, Eurico Gonçalves, Fernanda Pádua, Gil e Hilário Teixeira Lopes, Hugo Beja, J-A. França, João e António Prates, José Sacramento, M.ª João Bual e Manuel Cargaleiro, Manuel Salvado, Manuela Pinheiro, Mário Silva, Miguel Da Franca, Miguel Vasques, Pinharanda Gomes, Victor Belém…

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