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bualRevisitado110414

emergia, no estrangeiro, após o colapso da expansão nazi-fascista que ameaçara ocupar o resto das nações. No mundo bélico, supostamente, ‘civilizado’. De então. Bual era um artista plástico já merecedor da atenção de alguns intelectuais – ao tempo jovens, também, na sua maioria – que surgiam, simultaneamente, no elitismo auto-demarcado dos meios (menos subdesenvolvidos) de Lisboa e Porto, entre ‘capelinhas’ de pintores e escultores, alguns dos (raríssimos) arquitectos em exercício, filósofos, matemáticos e historiadores, homens (e mulheres) de Letras, poetas, advogados e médicos escritores, raros empresários esclarecidos e jornalistas (in)variavelmente… infectos, afectos e desafectos à opereta folclórica do Estado Novo… O seu posicionamento encontra-se rigorosamente estabelecido por um dos seus indefectíveis, o mais próximo e perdurante amigo, Eduíno de Jesus 2 . O conhecimento das Exposições ‘Colonial’’3 e do ‘Mundo Português’4 chegara, até mim, como coisa grande e recente. Importante e nova. Por via traditiva, por fotografia. Através de livros, álbuns e revistas. Fui percebendo como a sua divulgação servira, politicamente, o ‘prestígio nacional’, através da estratégia panmecenática e aculturante, expedita e concertada, na promoção do regime proto-republicano (antimonárquico) do imperialismo ditatorial, corporativista e colonial salazarista exercida pelo SPN. Essa fora a máquina original da enformação popular, direccionada, sob a égide táctica de António Ferro (que postulava, como propaganda política, a instrumentalização da cultura) ao ‘prodigalizar’ um grande investimento financeiro, selectivamente orientado, em domínios afectos às Artes e Letras. Decorrentemente, a escala ambiciosa e o alcance dimensional, desses dois grandes eventos, viria a notabilizar, pelo seu esplendor e dimensão, o papel desempenhado, sobretudo, por alguns escultores monumentais e arquitectos. A proximidade – perante a sua inter-complementaridade (estética e funcional) – viria a mobilizar e notabilizar (devido à sua indispensabilidade, na consecução da imagem visual e na divulgação desses empreendimentos), determinados pintores (de cavalete e murais, maquetistas, desenhistas e gráficos), congregando, implicitamente, interesses colaterais (… ou de influência dominante), ligados à escrita (na Literatura, História e Geografia, pela via-universitária), ou pela indústria tipográfica e editorial, subsidiadas pelas expectativas de capitalização potencial de grupos financeiros privados, mais ou menos conviventes (paralelos ou integrados) no sistema vigente. A postura corporativo-nacionalista de António Ferro (à moda ‘gótica’ de Mussolini) alcançara assinalável sucesso, ao conseguir inventar uma imagem de eclectismo neutral, de contornos fiáveis (na sua acepção censória), perante uma credibilidade politicamente pouco contestada, na contratação dos criadores e projectistas, sob uma camuflagem de apolitismo partidário (o rótulo oficial de anticomunismo primário) vigiado, agressivamente, contra-subversivo e, repressivamente, anti-contestatário… 23 Bual 2 http://ww1.rtp.pt/icmblogs/rtp/comunidades/?k=BUAL-historicamente-falando—-Eduino-de-Jesus.rtp&post=3823 3 “PPoorrttoo 11993344 – A Grande Exposição” edição de Ercílio de Azevedo (1924-2005), pref.º Paulo Vallada, será o mais completo cômputo histórico-documental da Exposição Colonial do Porto «a Primeira Exposição Colonial Portuguesa, dá corpo ao pensamento imperialista português, enfatizado na Exposição Internacional de Paris (1931).» […] «quando ministro das Colónias, Salazar fizera aprovar o “Acto Colonial” (1930), decreto consagrado pela Constituição de 1933. Segundo o Comissário da Exposição, capitão Henrique Galvão (1885-1970) – militar então ligado ao Regime e grande conhecedor do colonialismo [fora-governador da província de Huíla, Angola (1929), integrou a Exposição Colonial de Paris 1931 e organizara as feiras coloniais de Luanda e Lourenço Marques (1932)]» Segundo ele, […]«o evento pretende consolidar o Estado Novo como “regime moderno e activo num Portugal Imperial” e ensaia o modelo da Exposição do Mundo Português de1940. Parte dos artistas seleccionados (além de Almada Negreiros) seriam Eduardo Malta, Fausto Sampaio, Neves e Sousa, Martins Barata, António Ayres, Rui Filipe, promovendo a fotografia e os fotógrafos (na sua maioria amigos, colaboradores e ilustradores de trabalhos literários do Comissário, como Cunha e Costa… Galvão, romperia com o regime, na campanha do Gen. Humberto Delgado e liderou o assalto do paquete “Santa Maria” (1961). 4 A EExxppoossiiççããoo ddoo MMuunnddoo PPoorrttuugguuêêss (Junho–Dezembro, 1940) evento monumental realizado em Lisboa, com propósitos de propaganda nacional e internacional do Estado Novo, explora a comemora a fixação da data da Fundação de Portugal em 1140, e a Restauração da Independência (1640). A sua projecção e repercussões, no país e estrangeiro não têm rival, até à Expo 98.

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