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bualRevisitado110414

Artur Bual O Poder da Intuição cordão umbilical dum valor (in)questionável A História (investigacional) e os seus registos gráfico-literários (crónicas e narrativas, memórias documentais e monumentais) estão repletos de ambiguidades e equívocos, de ficção especulativa e erros (objectivos, subjectivos, descritivos e interpretativos), lacunas permissivas de múltiplas e heterogéneas deturpações, por omissão ou falsificação, decorrentes de princípios de causalidade e efeito aos quais não serão estranhos pretextos intelectualmente suspeitos, interesses deliberados (de orientação moral, político-religiosa ou mercantilista), recorrentes de omissão, por vício de ingenuidade ou – bivalente e, eventualmente – gerados por autoconvicções oblíquas (de boa-fé memorial, ou espírito-santo de orelha), a que não serão estranhos fenómenos psíquicos e psicossociais específicos (como a mitomania), quando não derivados de interesses comummente amorais… A história da cultura humanística – integrante da História da Arte – confortada pela artificialidade taxonómica de fronteiras (ainda perdurantes) por convenções tradicionais (geralmente, aceites) com as ciências e a tecnociência – tem-se comprazido pela excelência do isolacionismo conservantista que o academismo (universitário e pan’universitário) lhe vem outorgando, a despeito de algumas excepções. Entre muitos outros, sobreleva, na sua sintomatologia – pela relevância e exponencialidade que lhe atribuo – o caso vertente da OBRA DE ARTUR BUAL, na sua amplitude e na polémica, surda e ociosa em que se relaciona com a tessitura ficcional indissociável de apreciações subjectivas – de índole mórbida e acentuada leviandade crítica – que estereotiparam a vulgarização difusa do seu perfil identitário. Denuncio o propagandismo ocioso, e certa nocividade (em desprestígio), provavelmente(?) inimputável (senão até de bem intencionados propósitos), em que alguma ausência de escrúpulo não deixa de preponderar, quer no (des)aproveitamento banal e solerte que alguns dela e dele fazem… quer na ostracização, a que certa crítica votou Bual – como autor – quer omitindo- o, deliberadamente, da citação referencial e da análise (a que, implicitamente, é esquiva). Ele foi – pelo silêncio desses – remetido, durante décadas, a uma segregação espúria, donde decorre a opacidade duma lacuna artificial, robustecida por muitas das apreciações pouco (ou nada) profundas de que a sua obra foi objecto… desde o início da sua maturação, em finais dos anos cinquenta do século em que viveu, trabalhou. Bual adquire, não obstante, uma notabilidade – objectiva e, profundamente, marcante – enquanto artista plástico inovador, catalisando uma influência sociocultural concreta, pela importância que projecta, no seu meio convivial (marginal, não- académico e, sobremodo, pouco compatível ao seu estatuto profissional de funcionário público), tanto na sua como, sobretudo, em gerações mais jovens que, dele, espontaneamente, se aproximaram1 . Para além de algumas centenas de milhas geográficas, etariamente, pouco mais de oito anos nos separavam. Tive notícia da existência de Artur Bual – pouco antes de conhecê-lo pessoalmente, em meados do século passado. Era então um estudante adolescente, provinciano e irreverente. Vivia num algures distante, suspenso no panorama estratosférico da idade-média económica e sociocultural-provinciana da velha cidade beirã onde nasci. E já o seu nome começava a surgir citado – entre os de outros – em alguns livros, jornais e revistas, controlados pela censura dum regime político estranho e autoritário, supostamente estável e, orgulhosamente colonialista, isolado da Europa e da modernidade tecnocientífica que 22 Bual 1 Entre outros, vários e mais recentes: Manuel Baptista, Fausto Boavida, Miguel Wachsmann, Miguel da Franca, João Nascimento…

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